Peça teatral Hora da saída alerta para riscos do Cyberbullying



Após o espetáculo, o psicólogo Rodrigo Macedo e a diretora do projeto, Luciana Mauren, conversam com os alunos sobre o conteúdo apresentado na peça para auxiliar os alunos a interpretar o assunto. Os estudantes também ganham cartilhas e kits com lanche após as apresentações.
Representação visual
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“Acredito que o teatro é uma via muito eficaz para tratar esse tema porque é uma forma lúdica. Quebra um pouco a defensiva que os alunos podem ter. Por exemplo, se o tema fosse apresentado como uma aula, simplesmente. Tem uma ludicidade, tem uma brincadeira envolvida. Da forma como foi construído o teatro, a peça, essa peça especificamente, permite que eles se vejam. Acredito que eles têm dificuldade de admitir isso quando eu pergunto. Mas, a forma como os alunos interagem é muito parecida, é sempre na base da zoação, é sempre na base da pancada, do empurrão, de puxar o cabelo. Da provocação, ou seja, é uma via de identificação para eles, o que permite não só que reflitam, mas que sintam coisas. Que, às vezes, eles não conseguem nem nomear direito, mas eles podem entrar em contato com o tema de uma forma rica. Eu acho que essa é a importância”, observou.
“Por isso, o projeto é cultural pedagógico, começa com o espetáculo, tem o bate-papo e tem o fechamento com a cartilha. Foi pensado para eles (adolescentes) na linguagem deles para que possam tirar dúvidas e clarificar mais ainda o que é o bullying. A cartilha foi criada para levar para casa e multiplicar para a família o conteúdo que eles aprenderam na escola”, enfatiza.
Conscientização
A aluna Sofia Palatucci sofreu cyberbullying enquanto estudava numa instituição de ensino e precisou mudar de escola. Para ela, foi importante ver o bullying ser representado através do teatro para ajudar a conscientizar os alunos.
“Eu achei muito importante, além da gente se identificar com muitos comportamentos que observamos na peça. É uma coisa que a gente vê acontecer ao nosso redor. A gente vê acontecer com um amigo, com um familiar e isso é preocupante, porque o bullying vem crescendo cada vez mais nas escolas. Sem contar que o bullying também não passa de um reflexo da própria frustração, então as pessoas fazem o bullying por frustração própria. Para se provar e se mostrar. É isso” acrescenta Sofia.
Luciana Mauren, diretora do projeto, acredita que é relevante abordar o tema através do teatro e depois conversar sobre com os alunos para auxiliá-los a processar as informações recebidas, através do potencial pedagógico que o teatro tem.
“Não sobre o que um adulto está falando, mas muito próximo da linguagem deles, da existência deles, para que eles possam gerar esse discurso crítico. Não um discurso dado por outra pessoa, mas criado por eles próprios. Isso é muito importante, e é fundamental o bate-papo depois da peça. Nesse momento os alunos estão mais abertos, porque é isso que a arte faz, ela abre as pessoas para o diálogo. Aí o bate-papo depois vem fechando esses pontos, ajudando a lapidar esses discursos que eles agora estão criando sobre o tema”, enfatiza.
Experiência pessoal
Lino Miguel, 16 anos, está no 9º ano, conta que também tem uma experiência pessoal com o bullying. Ele acredita que seria benéfico levar o projeto para outras escolas para que os alunos tenham contato com a iniciativa.
“Eu achei a peça muito legal porque ela falou sobre muitas coisas que podem ter relação com a vida real, como a doença da obesa, porque pode ter muita gente que sofre por causa disso. Uma amiga me contou que uma pessoa que ela conhecia sofreu com isso e a amiga dela morreu por causa disso. Eu achei muito triste, porque a minha amiga também falou sobre isso. E eu mesmo também já sofri muito bullying”, comenta o estudante.
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